Livro-fábula de uma profundidade fascinante, mistura de factos reais com a fantasia, incorporando ainda partes da cultura moçambicana. Aborda várias questões sérias de uma forma realista e fantasiosa: da história de Moçambique a guerra da Independência e a guerra civil (26 anos no total).
Gostei da história dentro da história onde o narador nos fala de um cenário pós-guerra enquanto as personagens principais estão no autocarro queimado mas visita, através das leituras dos tais cadernos, os acontecimentos da guerra e suas pessoas.
Do ponto de vista lexical algumas das palavras no livro fazem-nos sorrir e demonstram como a língua portuguesa é versatil e renovadora.
Palavras: machinbombo, sozinhando, zucazaruca...
Sinopse:
Moçambique, década de 1990. Numa terra devastada pela guerra, um menino sem memória é encontrado por um velho errante. Muidinga e Tuahir, ambos marcados por conflitos que não entendem, desprovidos de passado e de esperança. Unidos, fazem de um machimbombo incendiado a sua casa, e de um diário, encontrado junto de um cadáver, a sua demanda. Nas linhas do caderno, Muidinga acredita ter um mapa que o levará de volta à sua mãe. Nessa busca, o insólito par descobre-se, reinventa-se, enfrenta a insanidade e a miséria que grassam em seu redor, e recusa deixar morrer o alento. Tal como a terra que percorrem sem destino, uma terra que nunca dorme, nunca descansa, uma terra sonâmbula.
Já adaptado ao cinema, Terra Sonâmbula foi considerado um dos doze melhores romances do século XX em África. Cruza elementos da cultura tradicional moçambicana com a própria história do país, realismo e magia, factos e símbolos, Terra Sonâmbula é, acima de tudo, um hino ao poder dos sonhos e da vida.
Boas leituras
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