quarta-feira, 24 de abril de 2024

#The100DayProject - 47 de 100

Teleny ou o reverso da medalha de Oscar Wilde

   Leitura mais ou menos para mim pois apesar de ser uma história interessante e com uma linguagem fluida e fácil de seguir, o enredo é bastante linear mas não me cativou. O autor conta a história do seu amor por fulano e como tentou em vão fugir dele por ser um amor contra natura, e não desejar seguir esse caminho. Puxa o leitor pela leitura numa sociedade nobre, sem preconceitos a nível sexual desde que feito entre quatro paredes, com saídas com os amigos seja ao teatro ou ao bordel local. 

Relatos de encontros sexuais descritos com tanto pormenor e cunho psicológico que chegamos mesmo a ter asco do que lemos, ou às vezes vistos como horror certas partes como os poros vistos com mil bocas que desejam devorar o amante, exploração entre as dicotomias: amor masculino e amor feminino, este último visto de forma muito negativa.

Ter em conta que este livro foi publicado no principio do século 19 onde aquilo que seria considerado imoral ou tabu é hoje relativamente comum e não visto tão mal.

                                                 
Sinopse: 
Teria Oscar Wilde escrito Teleny?
É indiscutível que a obra lhe tem sido frequentemente atribuída, no todo ou em parte. É um problema que tem agitado os biblógrafos interessados em raridades, desde a publicação da primeira edição em 1883, limitada a 200 exemplares.
A vibrante prosa deste clássico do amor homossexual apresenta grande semelhanças com a de O Retrato de Dorian Gray. Nele se descreve, em termos dolorosamente realistas, a paixão obsessiva de Camille des Grieux por René Teleny.
A sociedade conservadora do fim de século em Paris é admiravelmente evocada e empresta a este primeiro grande romance homossexual o ambiente claustrofóbico que caracteriza o amor que não ousava pronunciar o seu nome.
Boas leituras

quarta-feira, 10 de abril de 2024

O nome que a cidade esqueceu de João Tordo

Leitura agradável mas igualmente meio doida, não é assim em todo o lado onde pessoas tentam viver com o pouco que têm e em poucos metros quadrados. Para os que já lá andam é difícil quando os recursos que dispomos são poucos mas para os que chegam é duplamente pior. O caso retratado é o de uma refugiada da anterior Ossetida, pertencente a união soviética mas que depois se tornaria independente como país, Geórgia, a vida continua com os passos para a frente, e outros para trás, para melhorar a sua situação bem como os entraves criados pela própria por receio do futuro e da perda da pessoa que é e da sua família, para se conseguir aceitar com as suas virtudes e defeitos.
A personagem principal é Natasha, refugiada que vai para Nova Iorque onde não sabe a língua, não conhece a moeda, tem medo de sair de casa, de falar com as pessoas devido a sua gaguez, e tem muitas saudades de casa e da família. Aos poucos vemo-la crescer, falando com os vizinhos, indo a lavandaria tratar da roupa, conhecer pessoas novas, ir a um encontro e a arranjar trabalho. Parece que são coisas de pouca monta e mundanas mas envolvem decisões da nossa parte sobre o queremos, o que queremos fazer e/ou experimentar.
Sinopse:
Nova Iorque, 1991.
Ao aterrar na América, Natasha, refugiada de um país da ex-União Soviética, está longe de imaginar que o seu exílio se transformará numa aventura labiríntica pela grande cidade e pela alma humana. O caminho desta rapariga cheia de medos e sonhos cruza-se com o de George B., homem marcado por um passado misterioso, que vive em total isolamento em plena cidade, barricado num apartamento apinhado de objectos inúteis.
George oferece a Natasha um emprego bizarro: ler-lhe em voz alta a lista telefónica de Nova Iorque. Enquanto a rapariga aprende a suportar as saudades da sua família e do seu país, esboçando uma nova vida na metrópole vibrante e crua, George, por seu lado, procura obsessivamente um nome entre os milhões de nomes que a cidade esqueceu; um nome que poderá salvá-lo, ou ser a sua danação.
Tomando como inspiração uma história verdadeira publicada no New York Times, João Tordo constrói um romance enigmático, impulsionado pelo acaso e pela memória. O resultado é uma narrativa que disseca a solidão, grande doença dos nossos tempos, confrontando as suas personagens e os leitores com o passado com que todos tentamos reconciliar-nos.
Boas leituras

Frases indiscutivelmente verdadeiras

    "Uma pessoa está preparada para tudo, menos para tudo. Às vezes, sem sabermos exactamente como, as memórias assomam à superfície. Como bolhas de ar que emergem do fundo do oceano, longamente presas entre as rochas."


in Tordo, João (2009). O nome que a cidade esqueceu. Companhia das Letras, Lisboa.  Pág. 365

#The100DayProject - 61 de 100

sexta-feira, 5 de abril de 2024

O clube de leitura antiguerra de Annie Lyons

Leitura agradável e rápida, apesar do tema que retrata pois decorre durante a Segunda Grande Guerra com relatos de sobrevivência em situações difíceis e ainda o modo escolhido para o fazer com a comunidade onde se encontra, fora do centro de Londres, com a escassez de recursos e a forma encontrada para não pensar na guerra e no que ela trás.
A personagem principal é Gertie, é nos apresentada antes do inicio da guerra e depois, em ambos os casos encontramos-a viúva e dona de pequena livraria, com cinquenta e poucos anos em que chega, ou pensa que chega, a uma encruzilhada na vida e decide vender e mudar para ao pé do mar. Será uma forma de esquecer os momentos com o marido, em não pensar tanto na guerra que se avizinha e as suas futuras condições, e a medida que os anos passam a esquecer os que já partiram e deixam tantas saudades.
A segunda personagem principal é Hedy, que pequena é feita refugiada no Reino Unido deixando toda a restante família para trás e caindo numa casa e comunidade de desconhecidos. Conhecemos a revoltada, cheia de raiva para com o mundo, que se reflete na forma brusca mas maioritariamente apática, com que lida com Gertie. Depois conhecemos a energética, cheia de juventude e alguns amores mas a guerra deixa marcas e quase a vemos extinguir-se com a sua saúde debilitada. E no fim como mãe extremosa que lida com uma filha pequena e é presenteada com um presente com a chegada do irmão, pelas mãos de Gertie após um passeio na praia, agora com setentas e tantos...
Sinopse:
Gertie e Harry conheceram-se numa livraria, e foi aí que se apaixonaram. Fundaram a Livraria Bingham em 1911, espaço que, rapidamente, se converteu numa referência local. Nem mesmo Gertie podia antever que, anos mais tarde, a Livraria Bingham se tornaria o último bastião de esperança para toda a comunidade…
Estamos em 1938 e, após a morte de Harry, Gertie Bingham entende que é chegado o momento de vender a preciosa livraria - a dor da sua perda é imensa. Contudo, à medida que o nazismo varre a Europa, há uma necessidade cada vez maior, pelo menos para alguns, de salvar o máximo de crianças judias, e Gertie é persuadida a juntar-se à rede. Quando Hedy Fischer cruza a sua porta, com uma pequena mala de viagem e poucas palavras de inglês, o mundo de Gertie transforma-se. Começa a guerra, que as duas vão enfrentar lado a lado.
A relação é tensa, no início, até que Gertie empresta a Hedy o seu exemplar de Jane Eyre, que lhe tinha sido oferecido por Harry no dia em que casaram. Forma-se então entre as duas uma ligação inscrita no amor pelos livros, e decidem formar o Clube de Leitura Antiguerra, fornecendo aos membros livros para que os leiam durante as investidas aéreas alemãs.
Todos partilham a guerra e as suas agruras durante meses, mas também autores e livros intemporais. Discutem tudo no abrigo da livraria - afinal de contas, um bom livro pode fazer maravilhas para animar pessoas de todas as idades e criar laços, mesmo nos momentos mais difíceis da História.
Boas leituras

#The100DayProject - 66 de 100

quinta-feira, 4 de abril de 2024

The First to Die at the End (Death-Cast #0) de Adam Silvera

Leitura agradável, mantendo o pressuposto do primeiro livro e sem divulgar a forma de conhecimento do software utilizado para aqueles que vão receber o telefonema por parte de Death-Cast. A história envolve o lidar com a morte e o precurso de lidarmos com ela fira do ciclo familiar e dentro. Aaprendemos o seu início com a familia de Joaquin Rosa e as preocupações existentes aquando do lançamento, a pressão exercida na familia directa, e indirecta, bem como as possíveis consequências mundiais de tal aventura.

Ficamos a conhecer mais dois rapazes, Orion, promissor escritor com problemas de coração e uma familia adoptiva muito especial que o acolheu e o conforta, e Valentino, directamente saído da pequena cidade que o viu nascer para New York para ser modelo e as coisas não correm logo bem na primeira casa. Conhecemos igualmente Mateo e Rufus antes das coisas se desviarem do seu percurso de família ter descambado, para quando lemos no primeiro livro.

Sinopse:
In this prequel to #1 New York Times bestselling phenomenon They Both Die at the End, two new strangers spend a life-changing day together after Death-Cast first makes their fateful calls.
It’s the night before Death-Cast goes live, and there’s one question on everyone’s mind: Can Death-Cast actually predict when someone will die, or is it just an elaborate hoax?
Orion Pagan has waited years for someone to tell him that he’s going to die. He has a serious heart condition, and he signed up for Death-Cast so he could know what’s coming.
Valentino Prince is restarting his life in New York. He has a long and promising future ahead and he only registered for Death-Cast after his twin sister nearly died in a car accident.
Orion and Valentino cross paths in Times Square and immediately feel a deep connection. But when the first round of End Day calls goes out, their lives are changed forever—one of them receives a call, and the other doesn’t. Though neither boy is certain how the day will end, they know they want to spend it together…even if that means their goodbye will be heartbreaking.
Told with acclaimed author Adam Silvera’s signature bittersweet touch, this story celebrates the lasting impact that people have on each other and proves that life is always worth living to the fullest.
Boas leituras

#The100DayProject - 67 de 100