"O tempo pára, porém: é um comboio que se segue em direcção ao poente e que não se detém em estações ou apeadeiros, viagem só de ida, entre matas de eucaliptos e ribeiros mansos. O tempo não pára e marca o seu próprio ritmo, ainda que pareça suspenso no momento em que Marta e Ana se beijam na boca e sorriem. Não se amam sequer, Ana e Marta, apenas se beijam para aproveitar o tempo que passa, para que o mundo veja que são jovens e bonitas e rijas as carnes delas, perfumadas as suas bocas, frutas maduras os seios que roçam um no outro, os de Ana nos de Marta, e vice-versa; apenas se beijam porque a beleza é perecível e transitória e nenhuma delas sabe quanto tempo dura tal prenda - nem querem saber."in Marmelo, Manuel Jorge. (2007) O Profundo Silêncio das Manhãs de Domingo. Colecção Inéditos Sábado. Edição Quasi. Vila Nova de Famalicão. Pág. 97
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Frases indiscutivelmente verdadeiras
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