domingo, 9 de agosto de 2020

A mais preciosa mercadoria de Jean-claude Grumberg

Leitura agradável, leve e rápida mas podia não ser assim se considerar-se-mos a história como verídica. Bonita mas triste, não existem finais felizes.
Aqui encontramos a inocência nas camadas da população mais pobre (o casal de lenhadores e o pastor) que apesar das dificuldades encontra a esperança nos mais pequenos gestos. Vemos uma mudança na personagem marido-lenhador ao longo do curso da história que não continua cego com as palavras que ouve sobre a propaganda de Hitler e os seus feitos mas consegue aperceber-se da inconsistência delas quando olha para a bebé-menina que a mulher tem ao colo e protege. Igualmente a mulher do lenhador sofre alterações, primeiro e devido a fome solicita a Deus que lhe traga algo para comer, através do seu milagre que é o comboio. Desconhece o destino ou a mercadoria que viaja constantemente para lá e para cá, pensando tratar-se de comida, e segundo , quando é obrigada pela Mão a tomar o bebé nos braços espanta-se e protege, procurando por meios, os quais não tem, de prover alimento para o seu bebé. O pastor, envolto em mistério e muita violência, marcado na cabeça e corpo por ela, suspeita por principio da mulher do lenhador mas concorda em fazer a troca de uma braçada de lenha por jarro de leite das suas cabras. A ganância irá alterar esta pacata existência com a venda de informações sobre o paradeiro de uma conspurcada, fugida, obrigando o lenhador a resistir com a sua vida, mais tarde ao pastor defender o que não sabe mas pressente e a mulher do lenhador a fugir com a bebé e as cabras. Passados anos a Mão retorna a procurar pelo rasto do comboio de algo. Demora mas consegue e observando tão perfeita união de mãe e filha a tentar vender queijos deixa-as em paz.
História sobre o Holocausto, ficção e não baseada em factos verídicos a não ser a premissa dos comboios existirem e um antepassado do escritor ter viajado num deles.
Sinopse:
Era uma vez um casal de lenhadores muito pobres que vivia numa floresta, por onde passava um comboio de mercadorias. Como estavam em guerra e era inverno, não tinham quase nada para comer. Por isso, a lenhadora sonhava que um dia alguém lhe atiraria uma coisa boa e deliciosa do comboio. Os lenhadores não tinham filhos, o que para ele era um alívio mas, para ela, um grande desgosto.Era uma vez um casal de judeus que viajava num comboio com dois bebés praticamente recém-nascidos. O pai sabia que não iam para um lugar nada bonito e, ao atravessar a floresta, teve uma ideia bastante insensata…
Boas leituras

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