segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Os Meus Dias na Livraria Morisaki de Satoshi Yagisawa

Leitura agradável e rápida pois o livro não é muito longo mas é expansivo no tempo pois prolonga-se durante um ano na vida da Takako, a personagem principal desta história. Encontramos-a numa encruzilhada, daquelas que a vida (e as pessoas) nos dá, em que pensamos que vai acontecer uma coisa e entra o choque quando acontece tudo menos.  Apesar da história envolver algum drama é um livro de conforto e reconfortante, sobre pessoas que amam livros e livreiros.
Temas possíveis de discussão: a visão de Takako aquando do choque constrasta imenso com a Takako após um ano na livraria, alguém que dormia 24 horas seguidas para alguém que reconhece os que ama e aceita os seus defeitos e virtudes, consegue responder à letra vs irresponsiva ou a não ser para se queixar, além dos mais cotidianos como cidade irrequieta/cidade calma e serena separada por uma linha de metro, cidade vs campo e natureza. 
Gostei.
Sinopse:
Esta é uma história em que a magia dos livros, a paixão pelas coisas simples e belas e a elegância japonesa se unem para nos tocar a alma e o coração.
Estamos em Jimbocho, o bairro das livrarias de Tóquio, um paraíso para leitores. Aqui, o tempo não se mede da mesma maneira e a tranquilidade contrasta com o bulício do metro, ali ao lado, e com os desmesurados prédios modernos que traçam linhas retas no céu.
Mas há quem não conheça este bairro. Takako, uma rapariga de 25 anos, com uma existência um pouco cinzenta, sabe onde fica, mas raramente vem aqui. Porém, é em Jimbocho que fica a livraria Morisaki, que está na família há três gerações: um espaço pequenino, num antigo prédio de madeira. Estamos assim apresentados ao reino de Satoru, o excêntrico tio de Takako. Satoru é o oposto de Takako, que, desde que o rapaz por quem estava apaixonada lhe disse que iria casar com outra pessoa, não sai de casa.
É então que o tio lhe oferece o primeiro andar da Morisaki para morar. Takako, que lê tão pouco, vê-se de repente a viver entre periclitantes pilhas de livros, a ter de falar com clientes que lhe fazem perguntas insólitas. Entre conversas cada vez mais apaixonadas sobre literatura, um encontro num café com um rapaz tão estranho quanto tímido e inesperadas revelações sobre a história de amor de Satoru, aos poucos, Takako descobre uma forma de falar e de estar com os outros que começa nos livros para chegar ao coração. Uma forma de viver mais pura, autêntica e profundamente íntima, que deixa para trás os medos do confronto e da desilusão.
Boas leituras

sábado, 25 de fevereiro de 2023

A Mulher do Camarote 10 de Ruth Ware

Leitura agradável e rápida, sobre o desaparecimento de uma das hóspedes desde o primeiro dia de viagem no mar, misturado com relatos do estado da doença da personagem principal, Lo (que tem ansiedade crónica), dando a ideia de que ela não será uma pessoa fidegnina. E com outros relatos ás vezes involuntários de outros personagens sobre algo que viram do paradeiro das outras personagens no barco.
O relato mistura a realidade de vida entre os ricos e os pobres, onde verificamos as características do navio luxuoso, mas de pequena dimensão, com a sobriedade dos corredores para uns, mais estreito e amarelado, para outros espaçosos e decorados com volúpcia. Onde a equipa da cozinha e a restante equipa do barco tem atitudes diferentes para com os seus empregadores e para com os colegas além de alguma rivalidade entre equipas.
Sinopse:
Emocionante e compulsivo, este romance evoca o ambiente clássico dos policiais de Agatha Christie: um ritmo que aumenta gradualmente de tensão, a sensação de perigo iminente e um conjunto de suspeitos reunidos num único lugar.
A jornalista Lo Blacklock recebe um convite irrecusável: acompanhar a primeria viagem do cruzeiro de luxo Aurora Borealis. O serviço é exclusivo e a bordo estão vários empresários e pessoas influentes da sociedade. No entanto, a viagem ganha outros contornos para a jornalista. Certa noite, testemunha aquilo que acredita ser um crime no camarote ao lado do seu.
Desesperada, denuncia o ocorrido ao responsável pela embarcação. Ninguém acredita na sua versão, pois todos os passageiros continuam no navio. Blacklock decide investigar o crime por conta própria. Colocando a carreira e a própria vida em risco, ela não vai descansar enquanto não encontrar resposta para o mistério do camarote 10.
Boas leituras

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

The Little Coffee Shop of Kabul de Deborah Rodriguez

Leitura agradável e rápida, situado no Afeganistão onde relata as dificuldades vividas pelos locais bem como a situação geo-politica existente, com várias entidades não governamentais trabalhando mas pouco avançando, o que soa a propaganda não relatando muito sobre os locais e as suas tradições. 
Focado na instabilidade politica, terrorrismo afegão financiado pelos ocidentais, a situação da mulher no país, incluindo algumas minorias mais marginalizadas, mas com pouca coisa.
Sinopse:
From the author of the memoir Kabul Beauty School comes a fiction debut as compelling as real life: the story of a remarkable coffee shop in the heart of Afghanistan, and the men and women who meet there — thrown together by circumstance, bonded by secrets, and united in an extraordinary friendship.
After hard luck and some bad choices, Sunny has finally found a place to call home — it just happens to be in the middle of a war zone.
The thirty-eight-year-old American’s pride and joy is the Kabul Coffee House, where she brings hospitality to the expatriates, misfits, missionaries, and mercenaries who stroll through its doors. She’s especially grateful that the busy days allow her to forget Tommy, the love of her life, who left her in pursuit of money and adventure.
Working alongside Sunny is the maternal Halajan, who vividly recalls the days before the Taliban and now must hide a modern romance from her ultratraditional son — who, unbeknownst to her, is facing his own religious doubts. Into the café come Isabel, a British journalist on the trail of a risky story; Jack, who left his family back home in Michigan to earn “danger pay” as a consultant; and Candace, a wealthy and well-connected American whose desire to help threatens to cloud her judgment.
When Yazmina, a young Afghan from a remote village, is kidnapped and left on a city street pregnant and alone, Sunny welcomes her into the café and gives her a home — but Yazmina hides a secret that could put all their lives in jeopardy.
As this group of men and women discover that there’s more to one another than meets the eye, they’ll form an unlikely friendship that will change not only their own lives but the lives of an entire country.
Brimming with Deborah Rodriguez’s remarkable gift for depicting the nuances of life in Kabul, and filled with vibrant characters that readers will truly care about, A Cup of Friendship is the best kind of fiction—full of heart yet smart and thought-provoking.
Boas leituras

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Vendetta de Catherine Doyle

Leitura agradável e rápida, sobre amor adolescente com alguma intriga pelo meio, sobre duas familias, uma a tradicional familia italiana mafiosa composta por cinco rapazes: Luca, Nic, Gio, Dom e Valentino, e a outra, a familia infame, e ostracizada, do bairro pela personagem de Sophie, mas chamada antes Persephone, não gosta do nome e alterou-o. E em que os clichés não são o que aparentam.

Sinopse:
As coisas não andam a correr lá muito bem para a jovem Sophie Gracewell. O pai está preso, a mãe trabalha dia e noite para conseguir sustentar a família, e ela própria tem que ajudar no restaurante da família. Para além da sua amiga Millie, não se passa grande coisa naquele pequeno subúrbio de Chicago onde vive. Mas tudo está prestes a mudar. A velha casa abandonada lá da rua está habitada pela primeira vez desde há imensos anos. A nova família é composta por cinco irmãos e, para Sophie e Millie, parece saída de um sonho. Quando dois dos irmãos vão até ao restaurante, ambas ficam caídas pelos rapazes e, de repente, o verão até parece mais luminoso. No entanto, nem tudo é o que aparenta ser. É que os dois bonitos rapazes são parte de um problema bem maior. São parte da família Falcone, bem conhecida pela sua má reputação e, pelos vistos, Sophie não é bem vinda à casa dos Falcone. Ela não consegue perceber o porquê, e a sua paixão pelo belo Nic faz com que não desista sem primeiro dar luta. É garantido que o sangue vai jorrar e os corações se vão partir.
Boas leituras

domingo, 5 de fevereiro de 2023

The deal of a lifetime de Frederick Backman

Leitura mais ou menos agradável e rápida, faz-nos pensar, na utilização do nosso tempo enquanto cá estamos, e o que se considera como viver bem: será atingir muita coisa na vertente profissional ou na pessoal: manter uma familia unida e presente. Achei a história curta, um pouco emocional mas com ideias sobre segundas oportunidades, apesar de ser num contexto de fantasia, pois tais oportunidades não existiram neste caso particular, sobre redenção, e sobre escolhas de vida. 
Sinopse:
A father and a son are seeing each other for the first time in years. The father has a story to share before it’s too late. He tells his son about a courageous little girl lying in a hospital bed a few miles away. She’s a smart kid—smart enough to know that she won’t beat cancer by drawing with crayons all day, but it seems to make the adults happy, so she keeps doing it.
As he talks about this plucky little girl, the father also reveals more about himself: his triumphs in business, his failures as a parent, his past regrets, his hopes for the future.
Now, on a cold winter’s night, the father has been given an unexpected chance to do something remarkable that could change the destiny of a little girl he hardly knows. But before he can make the deal of a lifetime, he must find out what his own life has actually been worth, and only his son can reveal that answer.
With humor and compassion, Fredrik Backman’s The Deal of a Lifetime reminds us that life is a fleeting gift, and our legacy rests in how we share that gift with others.
Boas leituras

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

A improbabilidade do amor de Hannah Rothschild

Leitura agradável e rápida, contada pela voz do quadro A improbabilidade do Amor que se apaixona, não muito no princípio mas depois, após as primeiras aparências, pela sua nova proprietária. Lemos o desenrolar da história principal com realces do passado e os seus muito e variados proprietários ao longo de trezentos anos de vida e as vicissitudes que acompanham, e acompanharam, a passagem bem como algumas críticas a um e outro, iniciando com o mestre pintor, Watteau. Este último, personagem e pessoa real, pois iniciou o movimento rococó, aquando do século XVIII, bem como imensas pinturas de Pierrot. 
Ela, a nova proprietária, é uma chef apaixonada pela comida mas de coração partido, com melancolia e presa ao seu último amor que segue pela vida e pelo trabalho sem rumo, pesada pelos problemas diários com a mãe, com os amantes pouco estáveis e temporários, e que se perde algures quando tem de criar novas confeções parecidas com as antepassadas do séc. XIV, com ingredientes modernos. Depois aparece um pintor/guia e a sua vida melhora sem se aperceber.
Temos a par e passo com o romance, apesar deste ser muito espaçado, a intriga em dois segmentos diferentes. Numa primeira abordagem a procura pelo quadro por várias pessoas diferentes e com posições financeiras igualmente diferentes, que procuram o dito quadro e com mais ou menos escrupulos, e depois uma dessas pessoas sobressai. Aqui está igualmente os avanços e recuos de Annie McDee,, a chef/proprietária, para recuperar o quadro para a sua antiga glória e descobrir a sua proveniência e claro está, autencidade. Neste segundo segmento, encontramos uma das personagens ricas, Rebecca Memling, a procurar a verdade sobre o pai, curador judeu com já bastante idade, que esteve nos campos de Auschwitz, e o que levou a morte do irmão.
Sinopse:
Um quadro velho e sujo é comprado numa obscura loja de velharias por Annie McDee. Chef talentosa mas falida, apaixonada mas com o coração partido, Annie cedeu a um impulso e gastou nele as últimas 75 libras que tinha no bolso. E enquanto se debate com a solidão e a falta de perspetivas, está longe de imaginar as repercussões da sua humilde extravagância.
É que, singelamente pendurada entre os tachos e as panelas da sua cozinha, está agora uma obra-prima. A Improbabilidade do Amor é o quadro perdido de um célebre pintor do século XVIII. Na tentativa de desvendar a verdadeira identidade da obra, Annie vai deparar com um dos segredos mais bem guardados da História da Europa.
E ser inadvertidamente arrastada para o frenético mundo da arte e perseguida por potenciais compradores. De uma princesa árabe a um oligarca russo, passando por um conde falido e uma socialite americana, não falta quem esteja disposto a tudo para acrescentar mais uma peça à sua coleção.
Mas A Improbabilidade do Amor não é apenas uma obra de arte.
A sua alma é-nos gradualmente revelada. Na sua voz sedutora, sofisticada e muito cínica, o quadro comenta a atribulada vida amorosa de Annie, narra a sua própria história e ajusta contas com os seus (muitos) donos anteriores, entre eles, Luís XV, Voltaire e Catarina, a Grande…
Boas leituras