sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

A improbabilidade do amor de Hannah Rothschild

Leitura agradável e rápida, contada pela voz do quadro A improbabilidade do Amor que se apaixona, não muito no princípio mas depois, após as primeiras aparências, pela sua nova proprietária. Lemos o desenrolar da história principal com realces do passado e os seus muito e variados proprietários ao longo de trezentos anos de vida e as vicissitudes que acompanham, e acompanharam, a passagem bem como algumas críticas a um e outro, iniciando com o mestre pintor, Watteau. Este último, personagem e pessoa real, pois iniciou o movimento rococó, aquando do século XVIII, bem como imensas pinturas de Pierrot. 
Ela, a nova proprietária, é uma chef apaixonada pela comida mas de coração partido, com melancolia e presa ao seu último amor que segue pela vida e pelo trabalho sem rumo, pesada pelos problemas diários com a mãe, com os amantes pouco estáveis e temporários, e que se perde algures quando tem de criar novas confeções parecidas com as antepassadas do séc. XIV, com ingredientes modernos. Depois aparece um pintor/guia e a sua vida melhora sem se aperceber.
Temos a par e passo com o romance, apesar deste ser muito espaçado, a intriga em dois segmentos diferentes. Numa primeira abordagem a procura pelo quadro por várias pessoas diferentes e com posições financeiras igualmente diferentes, que procuram o dito quadro e com mais ou menos escrupulos, e depois uma dessas pessoas sobressai. Aqui está igualmente os avanços e recuos de Annie McDee,, a chef/proprietária, para recuperar o quadro para a sua antiga glória e descobrir a sua proveniência e claro está, autencidade. Neste segundo segmento, encontramos uma das personagens ricas, Rebecca Memling, a procurar a verdade sobre o pai, curador judeu com já bastante idade, que esteve nos campos de Auschwitz, e o que levou a morte do irmão.
Sinopse:
Um quadro velho e sujo é comprado numa obscura loja de velharias por Annie McDee. Chef talentosa mas falida, apaixonada mas com o coração partido, Annie cedeu a um impulso e gastou nele as últimas 75 libras que tinha no bolso. E enquanto se debate com a solidão e a falta de perspetivas, está longe de imaginar as repercussões da sua humilde extravagância.
É que, singelamente pendurada entre os tachos e as panelas da sua cozinha, está agora uma obra-prima. A Improbabilidade do Amor é o quadro perdido de um célebre pintor do século XVIII. Na tentativa de desvendar a verdadeira identidade da obra, Annie vai deparar com um dos segredos mais bem guardados da História da Europa.
E ser inadvertidamente arrastada para o frenético mundo da arte e perseguida por potenciais compradores. De uma princesa árabe a um oligarca russo, passando por um conde falido e uma socialite americana, não falta quem esteja disposto a tudo para acrescentar mais uma peça à sua coleção.
Mas A Improbabilidade do Amor não é apenas uma obra de arte.
A sua alma é-nos gradualmente revelada. Na sua voz sedutora, sofisticada e muito cínica, o quadro comenta a atribulada vida amorosa de Annie, narra a sua própria história e ajusta contas com os seus (muitos) donos anteriores, entre eles, Luís XV, Voltaire e Catarina, a Grande…
Boas leituras

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