"Nada pode dar melhor ideia da diferença entre o conceito dos indianos, místico, naturalista, realista, e o dos europeus, ético, simbólico e humano, do que a comparação entre os amplexos acrobáticos dos templos de Khajurah e a fábula bíblica das igrejas europeias. Na Europa, Adão e Eva não nos são mostrados no acto de união carnal, e o pecado é escondido pelo símbolo do fruto proibido, porque o acto sexual é banido do mundo mundano na medida em que contradiz a idealização da pessoa humana perseguida no Ocidente, desde o paganismo até aos nossos dias. Na Índia, Adão e Eva, pelo contrário, são mostrado até aos nosso dias em acto de união carnal, porque o acto sexual não é excluído do mundo humano, e sim incluído e recuperado como èxtase cósmico, como comunicação total."
in Moravia, Alberto. (2007). Uma Ideia da Índia. Lisboa: Tinta-da-China.
Sem comentários:
Enviar um comentário