terça-feira, 3 de março de 2020

A espia, de Paulo Coelho

Leitura mais ou menos agradável e rápida. Diria que existem dois momentos, o primeiro quando é a própria Mata Hari a contar a sua história, enquanto espera que os seus carrascos se pronunciem sobre a sua sentença, e o segundo quando o seu advogado conta o que lhe aconteceu depois. Não é vista de uma forma muito positiva.
Mata Hari, na sua juventude mais conhecia como Margaretha Zelle, não gostava do seu país e da vila pequena de Leeuwarden onde nasceu e foi criada, procurando por excitação da pasmaceira existente. Primeiro casa-se com um oficial, Rudolf, pensando que o casamento lhe traria a vida que desejava quando ele é destacado para a Inonésia começa a viver um inferno na ilha paradisíaca. Aí com outra mulher de oficial encontra a sua razão de viver e age de acordo. Mara Hari tudo faz em seu próprio beneficio para voltar para a Holanda, depois Paris, e conseguir financiamento para a dança, o seu ganha-pão. Jogos entre ambos os lados um pouco antes do inicio da guerra, o recrutamento da parte de Mata Hari por ambos as faces e mais tarde, muito mais tarde, a queda de Mata Hari pelos seus "fãs" em ambos os lados das trincheiras.
Apesar da escrita ser bonita o conteúdo não favorece a heroína, tinha outra ideia dela.

Sinopse:

«Tudo o que sei é que o meu coração é hoje uma cidade fantasma, povoado por paixões, entusiasmo, solidão, vergonha, orgulho, traição, tristeza. E não consigo desenvencilhar-me de nada disso, mesmo quando sinto pena de mim própria e choro em silêncio. Sou uma mulher que nasceu na época errada e nada poderá corrigir isso. Não sei se o futuro se lembrará de mim, mas, caso isso ocorra, que nunca me vejam como uma vítima, e sim como alguém que deu passos com coragem e pagou sem medo o preço que precisava de pagar.»
Mata Hari foi a mulher mais desejada da sua época: a famosa bailarina que usava exóticas danças orientais para chocar e encantar as plateias de toda a Europa; a confidente e amante dos homens mais ricos e poderosos do seu tempo; a mulher com um passado enigmático que despertava o ciúme e a inveja das senhoras da mais alta aristocracia parisiense. Uma mulher que ousou libertar-se do moralismo e dos costumes provincianos das primeiras décadas do século XX – e pagou caro por isso.
Em "A Espia", Paulo Coelho evoca de forma magistral a vida desta magnífica mulher, que nasceu à frente do seu tempo, apresentando-a ao leitor contemporâneo como uma poderosa lição de força e de liberdade.
Boas leituras

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