terça-feira, 4 de maio de 2021

Mulheres da minha alma, de Isabel Allende

Leitura agradável, rápida e contemplativa, temos um discurso fluido, como se numa conversa com o meu pai, caso existisse em versão feminina, e no meu entender muito curto, sobre o tema feminismo e o papel da mulher na sociedade, em que Allende refere o seu caso em particular na sociedade chilena e a sua atitude de rebeldia pacifica. 
Acompanhamento histórico sobre momentos específicos da sua vida com as mulheres mais relevantes: mãe, filha e amigas, mas igualmente algumas mentes femininas mais conhecidas. Parece que não mas alguns pontos de vista da sociedade atual são vistos, mas não solucionados, como os problemas na beleza feminina e a sua efemeridade, a visão negativa dada a mulheres sénior e o quanto este termo é englobante até em mulheres de idade ativa, a entrada de mulheres na cena literária na década de 80, relações amorosas e a saúde emocional do casal, violência doméstica, analfabetismo feminino, e por aí.
Gostaria de chegar aos setenta e nove com a mesma sagacidade e pensamento lúcido e experiências de uma vida bem vivida.
Gostei.
Sinopse:
«Cada ano vivido e cada ruga contam a minha história.»
Isabel Allende percorre os labirintos da memória e oferece-nos um emocionante testemunho sobre a sua relação com o feminismo e a sua condição de mulher.
Em Mulheres da minha alma, a autora chilena convida-nos a acompanhá-la nesta emocionante viagem, em que revisita a sua ligação ao feminismo, desde a infância até aos dias de hoje. Recorda algumas mulheres incontornáveis na sua vida: Panchita, Paula e a agente Carmen Balcells, cuja ausência chora ainda hoje; escritoras de nomeada como Margaret Atwood; jovens artistas que trazem na pele a rebeldia das novas gerações; mulheres anónimas que sofreram na pele a violência de género e, com dignidade e coragem, se levantam e avançam. Todas elas a inspiram e a acompanham ao longo da vida: as mulheres da sua alma.
Reflete, ainda, sobre as mais recentes lutas sociais, nomeadamente as revoltas no seu país de origem e, claro, sobre este novo contexto que o mundo atravessa com a pandemia. Tudo isto sem deixar de manifestar a sua inconfundível paixão pela vida e a sua crença em que, independentemente da idade, há sempre tempo para o amor. 
Boas leituras

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