domingo, 20 de junho de 2021

Lobo solitário de Jody Picoult

Leitura não muito agradável, quando consideramos o seu tema, contemplativa, pela forma como um instante pode mudar uma vida e várias outras em seu redor, e rápida. Um relato emocional mas igualmente prático de certa forma, pois uma vida pode salvar outras.
Acho que a autora desta história conseguiu criar as várias perspetivas de duas decisões, completamente contraditórias, nos dois filhos de Luke Warren, o naturalista. Intercalando a "voz" de Luke com os seus adorados lobos demonstrando a forma como viveu: concentrada, viva e enérgica, mas igualmente mostrando ao leitor a forma da hierarquia estabelecida numa alcateia. com a sua voz apercebemo-nos que apesar de Luke se dar muito bem com as suas várias  famílias adoptivas, os lobos, o mesmo não acontece com a mulher e filhos, agravando essa situação com a ida para o Quebec, vivendo com uma alcateia de lobos sem suporte humano. 
Acho que o seu filho Edward compreendeu muito bem o seu pai a um nível primordial, apesar de também conseguir ver os seus defeitos, apercebeu-se que apesar dos avanços médicos a maioria não sobrevive por si só, e uma vida vegetativa para o pai não era vida. Cara, a filha adolescente encontra-se tão emocionalmente culpada com os momentos anteriores ao acidente que pouco consegue pensar além da sua culpa. Em ter sido arrastada pela melhor amiga para a festa, ter ido a uma festa sem consentimento do seu pai, em ter bebido álcool lá, em ter convivido com um rapaz, em ...
Gostei.
Sinopse:
Quando um lobo sabe que o seu tempo está a terminar e que já não é útil à sua alcateia, muitas vezes escolhe afastar-se. Morre assim afastado da sua família, do seu grupo, mantendo até ao fim todo o orgulho que lhe é próprio e mantendo-se fiel à sua natureza.
Luke Warren passou a vida inteira a estudar lobos. Chegou inclusivamente a viver com lobos durante longos períodos. Em muitos sentidos, Luke compreende melhor as dinâmicas da alcateia do que as da sua própria família. A mulher, Georgie, desistiu finalmente da solidão em que viviam e deixou-o. O filho, Edward, de vinte e quatro anos, fugiu há seis, deixando para trás uma relação destroçada com o pai. Recebe então um telefonema alarmante: Luke ficou gravemente ferido num acidente de automóvel com Cara, a irmã mais nova de Edward.
De repente, tudo muda: Edward tem de regressar a casa e enfrentar o pai que deixou aos dezoito anos. Ele e Cara têm de decidir juntos o destino do pai. Não há respostas fáceis, e as perguntas são muitas: que segredos esconderam Edward e Cara um do outro? Haverá razões ocultas para deixarem o pai morrer… ou viver? Qual seria a vontade de Luke? Como podem os filhos tomar uma decisão destas num contexto de culpa, sofrimento, ou ambos? E, sobretudo, terão esquecido aquilo que todo e qualquer lobo sabe e nunca esquece: cada membro da alcateia precisa dos outros, e às vezes a sobrevivência implica sacrifício.
Lobo Solitário descreve de forma brilhante a dinâmica familiar: o amor, a proteção, a força que podem dar, mas também o preço a pagar por ela.

Boas leituras 

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