quarta-feira, 10 de abril de 2024

O nome que a cidade esqueceu de João Tordo

Leitura agradável mas igualmente meio doida, não é assim em todo o lado onde pessoas tentam viver com o pouco que têm e em poucos metros quadrados. Para os que já lá andam é difícil quando os recursos que dispomos são poucos mas para os que chegam é duplamente pior. O caso retratado é o de uma refugiada da anterior Ossetida, pertencente a união soviética mas que depois se tornaria independente como país, Geórgia, a vida continua com os passos para a frente, e outros para trás, para melhorar a sua situação bem como os entraves criados pela própria por receio do futuro e da perda da pessoa que é e da sua família, para se conseguir aceitar com as suas virtudes e defeitos.
A personagem principal é Natasha, refugiada que vai para Nova Iorque onde não sabe a língua, não conhece a moeda, tem medo de sair de casa, de falar com as pessoas devido a sua gaguez, e tem muitas saudades de casa e da família. Aos poucos vemo-la crescer, falando com os vizinhos, indo a lavandaria tratar da roupa, conhecer pessoas novas, ir a um encontro e a arranjar trabalho. Parece que são coisas de pouca monta e mundanas mas envolvem decisões da nossa parte sobre o queremos, o que queremos fazer e/ou experimentar.
Sinopse:
Nova Iorque, 1991.
Ao aterrar na América, Natasha, refugiada de um país da ex-União Soviética, está longe de imaginar que o seu exílio se transformará numa aventura labiríntica pela grande cidade e pela alma humana. O caminho desta rapariga cheia de medos e sonhos cruza-se com o de George B., homem marcado por um passado misterioso, que vive em total isolamento em plena cidade, barricado num apartamento apinhado de objectos inúteis.
George oferece a Natasha um emprego bizarro: ler-lhe em voz alta a lista telefónica de Nova Iorque. Enquanto a rapariga aprende a suportar as saudades da sua família e do seu país, esboçando uma nova vida na metrópole vibrante e crua, George, por seu lado, procura obsessivamente um nome entre os milhões de nomes que a cidade esqueceu; um nome que poderá salvá-lo, ou ser a sua danação.
Tomando como inspiração uma história verdadeira publicada no New York Times, João Tordo constrói um romance enigmático, impulsionado pelo acaso e pela memória. O resultado é uma narrativa que disseca a solidão, grande doença dos nossos tempos, confrontando as suas personagens e os leitores com o passado com que todos tentamos reconciliar-nos.
Boas leituras

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