domingo, 28 de maio de 2023

Mãe, doce mar de João Pinto Coelho

Leitura agradável, floreada, de linguagem poética com frases maravilhosas, e aparentemente baseada na vida do autor lusofono mas em terras estrangeiras, Cape Cod, Massachusetts, desconhecido para mim pois acho que nunca li nada dele até este livro. É de certa forma uma elegia às mães com tudo o que têm de seu e o seu contrário mas igualmente um relato de rejeição, solidão e de descoberta. Temos três personagens em que se centra a história: Noah, Patience e o padre O'Leary e o ritmo da ação vai alterando entre lento e rápido desenrolando a história com várias histórias lá dentro. 
Conhecemos o Noah, personagem principal em que o relato rápido através do tempos, centrada mais após os 12 anos e até atingir a maioridade, é dado em três capitulos e depois começa a redenção de Noah, através da amizade com o padre O'Leary. A personagem Patience pouco é revelado ao longo do livro, é a mãe de Noah que apesar de cuidar do filho agora não demonstra visivvelmente o seu apego e não refere a razão por ter deixado o filho para adoção. O padre Frank O'Leary tem muitas camadas mas a principal a reter é que é a cola que segura os outros dois.
Gostei.
Sinopse:
Depois de passar a infância num orfanato, Noah conhece finalmente Patience, a mãe, aos doze anos, no átrio de um aeroporto no Luisiana. Mas, apesar de ela fazer tudo para o compensar, nunca se refere ao motivo do abandono; e, por isso, seja na casa de praia de Cape Cod, onde passam temporadas, seja no teatro do Connecticut onde acabam a trabalhar juntos, há um caminho de brasas que teima em separá-los mas que nenhum ousa atravessar.
Quando Noah encontra Frank O’Leary – um jesuíta excêntrico que guia um Rolls-Royce às cores –, descobre nele o amparo que procurava. Mesmo assim, há coisas que o padre prefere guardar para si: os seus anos de estudante; o bar irlandês de Boston onde ele e os amigos se encharcavam de cerveja e recitavam poemas; e ainda Catherine, a jovem ambiciosa que não temeu desviá-lo da sua vocação.
É, curiosamente, a terrível experiência de solidão num colégio religioso – assombrado por histórias de Dickens e um assassínio macabro – o primeiro segredo que Patience partilhará com Noah; contudo, quando essa confissão se encaixar no relato do padre Frank, ficará no ar o cheiro da tragédia e a revelação que se lhe segue só pode ser mentira.
Deixando a Europa em guerra dos romances anteriores, João Pinto Coelho viaja desta vez até à Nova Inglaterra e ao seu belo e tumultuoso mar, para nos oferecer a história fascinante de uma família que não consegue fugir ao seu destino e cujo desfecho é realmente genial.
Boas leituras 

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