quinta-feira, 19 de outubro de 2023

O meu vestidinho azul de Bruno Maddox

Leitura agradável e um bocado, muito mas muito, irónica e cruel nos seus relatos na personagem da velhota com mais de 100 anos de vida, até chegarmos mais para o fim da história e somos confrontados com a real razão da existência desta história, uma justificação para a namorada de Bruno do que ele faz, escrever peças de teatro que nunca se realizam. 
Muito simbólico para reflectir uma sociedade moderna, do século XX, a atual com todos os seus maneirismos e excentricidades e alguns malucos à mistura pois trata-se de uma crítica a essa sociedade.
Sinopse:
O século XX foi excepcional. Assistiu a importantes progressos nas áreas da psiquiatria, da física e da moda feminina; a duas guerras espectaculares, aos anos 60, aos anos 20, à publicação de Samitério das Mascotes, de Stephen King, ao desenvolvimento do modem e do fax integrados... A lista nunca mais acaba. Considerando estes marcos vívidos e memoráveis, o leitor poderia pensar que, para um jovem com um palmo de testa, seria uma tarefa bastante simples forjar uma autobiografia de uma mulher centenária numa única noite, apesar de não ser uma mulher e ter vivido apenas vinte e tal anos desse século riquíssimo em acontecimentos. Sim, poderia pensar isso, mas, na verdade, estaria errado. A verdade é que estaria errado.
O Meu Vestidinho Azul é o tipo de livro com que os editores sonham. Sendo as memórias de uma animada mulher com cento e tal anos, nascida a 1 de Janeiro de 1900, é a história de uma vida que estimula a imaginação do leitor: a tranquilidade da Inglaterra rural no virar do século, a efervescência da Paris nos anos 20, Londres durante a Grande Depressão dos anos 30, e a cena artística novaiorquina dos anos 60.
Contudo, hum. Para uma mulher que diz ter vivido todo o século XX, o nosso narrador, desde o início, parece não saber muito sobre a sua história. E, já agora, sobre ser mulher. Tudo se torna claro com o desenrolar da história desta mulher e a revelação dos seus espantosos segredos.
Imensamente divertido e brilhantemente concebido, O Meu Vestidinho Azul é a estreia ficcional mais hilariantemente audaz. História de amor e intriga policial, sátira de inteligência nabokoviana, constitui uma introdução gloriosa a um talento literário excepcional.
Boas leituras

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