quinta-feira, 8 de agosto de 2024

A Carteira de Francesca Giannone

Leitura agradável sobre como uma vida pode mudar uma aldeia, mesmo que a contragosto. O enredo começa com a chegada de um casal a aldeia, nos primeiros anos de 1930, em que ele retorna a casa e ela é uma forasteira, e prolonga-se por vários anos até à morte dela, na década de 60. Ao longo da história existe o romance, do casal, da sua amante e ainda relações anteriores que afetaram o seu marido, existe igualmente intriga, entre mulheres, Anna e a amante do marido, Carmela, entre Anna e o cunhado, Antonio, pois para ele foi amor à primeira vista, entre António e a mulher e filha.
A personagem principal, Anna, é uma mulher com uma mentalidade aberta e muito moderna para a sua época, conseguindo aperceber-se das regras existentes numa aldeia e não as seguindo sejam elas de caris profissional ou religioso. Apesar de ter uma vida desafogada, dada pelo marido, decide trabalhar fora de casa e aplica-se para a vaga de carteiro, distribuindo as cartas mas igualmente a sua ajuda na leitura e resposta das mesmas, quando parte da população não o sabe, e em alguns casos indo mais longe. Agregando segredos dos outros torna-se mais profissional e procura por outra ocupação, encontrando-a criando uma casa de mulheres, para aquelas que nada têm desejando instruí-las tanto no contexto doméstico financeiro como dando-lhes uma ocupação ou trabalho.
Gostei.
Sinopse:
Em 1934, a uma pequena aldeia italiana, chega um casal: Carlo, que é do Sul, e está feliz por regressar; Anna, a sua mulher, de uma beleza helénica, parece triste e preocupada. Como será a sua vida naquela terra desconhecida?
Apaixonada pelo marido e desejada pelo cunhado - a quem nunca cederá -, Anna é uma figura completamente diferente de todos: não vai à igreja, é dona do seu nariz, diz o que pensa e nunca se irá vergar às leis e costumes que oprimem as mulheres. E, para espanto de todos, em 1935, decide concorrer ao lugar de carteiro e torna-se a primeira mulher a distribuir correspondência. Na verdade, será muito mais do que isso.
Ao longo das duas décadas seguintes, sem querer, mas sobretudo sem que os habitantes o queiram, Anna será a pessoa que mudará aquela aldeia. A pé, e depois de bicicleta, ela é a carteira, aquela que escuta todos, que leva cartas dos soldados da Segunda Guerra, postais de quem partiu para longe, confidências de amantes secretos. Anna é o fio invisível que liga centenas de vidas e as vai mudar para sempre.
Retrato familiar e de época, este romance é, sobretudo, a história de uma mulher extraordinária e a prova de como uma só pessoa, cheia de alma e coração, pode fazer a diferença nas alegrias e tristezas de tanta, tanta gente.
Boas leituras

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