segunda-feira, 11 de setembro de 2023

A Parteira Alemã de Mandy Robotham

Leitura agradável mas inesperada na quantidade de dados clinicos falados e entrecruzados na história, sobre casos de gravidezes, seus sintomas e as reações tanto das mães como da familia e ajudantes, seja médicos ou auxiliares ou  mesmo de outras enfermeiras. 
A história explora mais o lado alemão da guerra, durante a Segunda Grande Guerra, na personagem de Anke, uma parteira, que primeiro trabalhava num hospital na secção de nascimentos, em que tinham um código de excelência ariana a aplicar aos bébés nascidos (os considerados deficientes da excelência ariana eram rapidamente eliminados), num primeiro momento, e depois, na maior parte, aquando da existência de prisões de mulheres, que apareciam grávidas e não conseguiam trabalhar nos estágios mais avançados da gravidez, e não permitiam a chefe da ala onde estavam, cumprir as duras metas impostas nas fábricas. O segundo momento inicia quando Anke é recrutada para o auxilio de um bébé muito especial, num local remoto e escondido algures numa montanha.
Este segundo momento explora a possibilidade de Eva Braun, a namorada da Alemanha, de ter estado grávida e o nascimento ter ocorrido. Aqui temos o receio de Anke pela sua familia pela ameaça direta dada caso falhe, ou fuja, à tarefa atribuída de prestar os cuidados necessários a parturiante, ao temor existente nas visitas efetuadas por outros alemães, dos mais altos circuitos à parturiante, incluindo do próprio Fuhrer, com a tensão e cansaço que essas visitas lhe causam, ao confronto existente em Anke ao poder ser confrontada frente a frente com um deles e que reação sua será moralmente aceite pelos seus pares alemãs, e os outros: como lhe contar? e poderei contar?, e ainda as ameaçãs recebidas contra a criança a nascer: são elas da Resistência, e são do Fuhrer, são dos alemães contra oo regime alemão ou são dos aliados que aparecem nos locais mais inesperados.
Dentro deste segundo momento, temos uma relação amorosa que nasce, entre Anke e Dieter, seu controlador, que está fadada ao destino pois uma proscrita e um oficial alemão não poderão juntar-se quando estão em lados opostos da guerra, e em que Anke tem uma aparência pouco ariana. A personagem de Dieter demonstra o lado alemã no que é esperado na sua conduta e o fim que acontece caso tal não seja efetuado. Temos as conversas, o afeto criado entre ambos, e no fim, a ajuda dada por este oficial para salvaguardar uma criança com a sua vida. 
Adorei e recomendo.
Sinopse:
Alemanha, 1944.
Anke Hoff, prisioneira do campo de concentração de Ravensbrük faz o que pode para manter vivas as suas companheiras grávidas e os bebés recém-nascidos. Mas quando o seu trabalho é notado, é escolhida para uma tarefa bem mais perigosa.
Eva Braun está grávida do filho do Führer Anke é retirada do campo para Berghof, casa refúgio de Hitler, para trazer ao mundo o filho de Eva Braun. Se recusar, a sua família morrerá. Anke vê-se perante uma escolha impossível. Dividida entre o dever de parteira e o ódio pelo regime para o qual agora trabalha.
A viver uma vida que nunca poderia ter imaginado, Anke apaixona-se por um oficial alemão e cedo o casal é confrontado com os perigos desta relação proibida.
Poderá o seu amor sobreviver aos horrores da guerra?
E mais importante, conseguirão encontrar a felicidade?
Boas leituras

Sem comentários:

Enviar um comentário